sexta-feira, 21 de novembro de 2008

MURMÚRIOS DE LISBOA LXXVI

Identidade: Bourne
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Árvores "on the move" - Av. de Berlim
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À minha frente naquele dia ia sentado Jason Bourne. Nunca lhe vi a cara, mas tenho a certeza que era ele porque era as costas chapadas do Bourne (ou, mais concretamente do Matt Damon a fazer de Jason Bourne). Tronco imponente e sólido, camisola preta de gola alta e cabelo curto, aparado e da cor do cobre. Mesmo sem lhe ver o rosto percebia-se que era ele, quanto mais não fosse pela atitude. A mesma tensão no corpo, pronto para sair disparado caso fosse necessário, a mesma agitação no espírito, observando o caminho por onde o autocarro passava e consultando um mapa da cidade. O mesmo ar decidido, urgente, preparado. Bourne, nem mais.
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E perguntam vocês e perguntam muito bem, mas que raio andava o Bourne a fazer em Lisboa? E respondo-vos eu, e respondo-vos também muito bem, pois se precisam de fazer essa pergunta então é porque nunca viram a série Bourne, está visto. Está visto que não viram, portanto.
Para os que viram e conhecem a trilogia, saberão certamente que no último episódio Bourne escapa e é visto a nadar no East River, em Nova Iorque. A verdade é que veio cá parar, porque Bourne não pára quieto por esse mundo.
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Primeiro pensei que fosse sair no aeroporto. Depois, o aeroporto passou e eu pensei, claro que não, claro que o Bourne nunca iria fazer a estupidez de viajar de avião, claro que vai de comboio. Mas a estação também passou e ele nem sequer saiu na minha paragem. Foi então que amandei uma grande chapada de mão aberta na minha testa e pensei assim: que estúpida, até parece que nunca viste os filmes, claro que o Bourne nunca iria pelo caminho mais óbvio, o que excluiria de imediato quer o avião quer o comboio. Claro que o Bourne, esperto como só um agente da CIA perseguido por meio mundo pode aprender a ser, iria escolher o caminho mais difícil, mais esquivo, o caminho de que ninguém se lembraria jamais.
E lá seguiu ele no autocarro, em direcção a um destino insuspeito, secreto, urgente. Talvez se tenha molhado um pouco nesse dia, nas águas do Tejo, quem sabe ...
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