sábado, 31 de outubro de 2009

MAGIC MOMENTS 86

Dazzling Duets - Duet # 27 - Neneh & Youssou
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

EM BUSCA DE PALAVRAS 87

A Máfia - Parte I
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A Máfia nasceu em meados do século XIX, quando a Sicília foi incorporada na nova nação italiana. A Cosa Nostra foi criada por volta de 1860 quando um grupo de gabelloti - os guardas das quintas dos aristocratas - uniram forças para controlar a indústria do cultivo de laranjas e limões, nos arredores de Palermo, capital da illha. Era um negócio em expansão, que exigia uma apertada vigilância e os gabelloti encarregavam-se de cobrar dinheiro aos proprietários en troca de protecção, ou recorriam mesmo à extorsão para lhes ficar com os campos. Em breve controlavam toda a produção de citrinos e a sua distribuição e exportação.
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Por volta de 1870, estes mafiosos (termo que significa "atrevido, seguro de si") já estendiam os seus tentáculos por toda a Sicília e monopolizavam o recurso à violência. Começaram também a lançar as suas redes no campo da política, através de latifundiários, vereadores e deputados que concediam favores e licenças de uso e porte de armas.
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Entre 1901 e 1913, 800 mil sicilianos emigraram para os EUA, surgindo o ramo americano da Cosa Nostra, que prosperou graças ao negócio do álcool durante a Lei Seca e, posteriormente, ao jogo e ao tráfico de heroína.
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Na década de 1960 a Cosa Nostra italiana estendeu os seus negócios também à heroína, construção civil e aos fundos europeus para o desenvolvimento, estabelecendo um novo órgão de poder - a comissão - para manter o equilíbrio entre as diferentes famílias que a integram.
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Nos anos 80 a subida ao poder do clã de Corleone (Riina, Provenzano) começou a debilitar a organização. A máfia - que sempre operara em clandestinidade, ao ponto de muitas pessoas duvidarem da sua existência, não intervindo directamente na política, nem atacando os seus representantes e resolvendo os conflitos internos de forma discreta - viu-se envolvida numa luta de poder entre clãs por Totó Riina, a Guerra das Famílias, que provocou centenas de mortos e detenções. Foi a partir de algumas destas detenções que a lei do silêncio - omertá - foi quebrada e se passou a conhecer o sistema e regras de funcionamento da máfia.
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No próximo capítulo, as três máfias existentes em Itália: Camorra, Ndrangheta e Sacra Corona Unita.
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retirado da reportagem "O Império dos Padrinhos", publicada na Revista Super Interessante.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

MURMÚRIOS DO PARAÍSO I

Molho as pontas dos dedos na paleta do mar
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E desenho histórias de sal no ar
De marinheiros sofridos
Conquilheiros atrevidos
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E gaivotas imperiais
Cruzando os céus intemporais
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Encosto o olhar a cada momento
E eternizo-o no tempo
Da magia do nascente
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Ao deslumbrante poente
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Deixo a espuma dos dias correr
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Deixo as histórias acontecer

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

AS QUATRO ESTAÇÕES

OUTONO
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Luz de mel silvestre.
A brisa morna carrega histórias encantadas escrevinhadas em velhos tomos esfarelados pelo tempo.
Folhas voam pelos ares, como ninfas perdidas, douradas, carmim, chocolate. Varrem as pedras frias e cobrem-me de melancolia. Estalam nos meus dedos, como castanhas assadas.

Arranco as mantas e os abrigos ao sono estival e enrosco-me em chás e livros.
A lareira arde e crepita na minha imaginação, tocando a música do Outono.
Sou feiticeira, capaz de magia. Congemino poções doces e inebriantes no caldeirão dos meus sonhos. Espalho poeira cintilante e viajo nas asas de remoinhos intemporais.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

MURMÚRIOS DE LISBOA LXXXVII

Mr. Darcy ou Orgulho e Preconceito em Lisboa
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Praça de Touros - Campo Pequeno
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Mr. Darcy é perfeito. Apesar de Mr. Darcy não saber ou não se aperceber disto. Talvez por esse motivo, Mr. Darcy seja também preconceituoso. Mas este preconceito não advém do facto de Mr. Darcy se sentir superior a ninguém, senão precisamente da sua incapacidade para entender aquilo que realmente o move. Mr. Darcy parece preconceituoso, ao refugiar-se numa naturalidade demasiado evasé quando se corresponde com outras pessoas. Este efeito é sentido mais profundamente pelas senhoras.
Já aquelas que têm a sorte de o conhecer pessoalmente, realçam a sua simpatia e modos agradáveis. Que é um verdadeiro cavalheiro, nem mais. Como já há poucos.
Mr. Darcy é alto, de constituição média, moreno e tem uns olhos que surpreendem quem os observa com atenção pela primeira vez. Parecem escuros, mas um exame mais aproximado revela dois lagos claros, serenos e ligeiramente perdidos.
Mr. Darcy também é um romântico, mas nunca o admitiria, nem sequer a si próprio. No entanto, é conhecida a sua espera de dois anos por uma determinada senhora, que acabou por lhe desiludir profundamente as expectativas.
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Elizabeth teve o prazer de conhecer Mr. Darcy em pessoa. Como seria de esperar, ela achou-o perfeito. Para Elizabeth, Mr. Darcy é o homem mais perfeito que ela já encontrou. Claro que Elizabeth jamais, nem mesmo sob tortura, revelaria esta sua opinião a ninguém, muito menos ao próprio Mr. Darcy. Onde Mr. Darcy é preconceituoso, Elizabeth é orgulhosa. Mas, exactamente como no caso de Mr. Darcy, o seu orgulho provém da sua absoluta insegurança. Porque Elizabeth também é uma romântica e, apesar de não morrer de amores pela palavra e muito menos pelas conotações que lhe estão associadas, e ao contrário de Mr. Darcy, ela não vê mal em assumir-se como tal, apesar de tentar escondê-lo a todo o custo em cada uma das suas acções rotineiras e diárias.
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É bem possível que Elizabeth e Mr. Darcy tenham nascido um para o outro. E é bem provável que nenhum deles venha jamais a descobrir isso.
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inspirado nos personagens do romance "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen, e em dois lisboetas.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

PALAVRAS ESTÚPIDAS 76

Escrever
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"Desce, desce, desce até onde se encontram os outros e tu no meio deles." - Tchekov
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Escrevo como respiro. Escrevo porque respiro. Escrevo para respirar.
Escrevo aos soluços. Escrevo como um rio. Escrevo como mar. Umas vezes revolto, outras manso.
Escrevo dolorosamente. Mas também facilmente. Por vezes demoro eternidades a encher uma página. Outras vezes minutos para preencher várias.
Às vezes perco a noção do espaço, do tempo, do mundo, enquanto escrevo. Outras tudo me desconcentra e perco-me até no insignificante pormenor de uma letra cuja perna está mal desenhada. Invento desculpas para não escrever. Adio o calvário até ao impossível mais ridículo. Faço birras. Risco tudo. Crio crateras no papel. Rasgo folhas. Amasso-as. Lanço-as ao ar. Às vezes enfureço-me comigo mesma, com as palavras ou a sua ausência. Por vezes enojam-me, assustam-me, envergonham-me, humilham-me. Outras, raras, fascinam-me e pergunto-me como fui capaz de escrever aquilo, daquela forma.
Escrevo por etapas. Releio-as aos solavancos. Detesto descrições porque me perco nelas ou me enfastiam. Adoro pequenos pormenores curiosos que surgem não sei bem de onde e me surpreendem a mim própria.
Gosto de ser assaltada por personagens novos. Fascinam-me quando começam a falar comigo. O melhor da escrita são eles, não tenho dúvidas. E o pior também. O mais difícil. O mais desafiador. O mais desesperante. E, sempre, o melhor. Gosto de os desenhar, de os vestir, de os esculpir emocionalmente, de os fazer falar, pensar, sentir. Entusiasmo-me com diálogos.
Escrevo porque gosto. Escrevo porque preciso. Escrevo porque nasci para escrever. Escrevo porque não sei nem me interessa fazer mais nada tão bem. Escrevo bem. Escrevo mal. Escrevo suficiente. Escrevo quando não me apetece e quando me apetece. Escrevo com sentido e sem sentido nenhum. Escrevo merda e escrevo pérolas. Raras são as vezes em que me orgulho plenamente do que escrevi. Ainda bem. No dia em que ficar contentinha com a bosta que escrevi, é o dia em que morri para a escrita.
Escrevo porque nada me dá mais prazer. Escrevo mesmo quando não me dá prazer. Escrevo porque sou doente, avariada da cabeça. Escrevo porque sou obcecada. Escrevo porque se não escrever não sinto que esteja a viver-me. Escrevo quando não vivo e vivo quando não escrevo, mas toda a vida que vivo é para depois a escrever. Roubo vidas alheias. Roubo rostos, acções, personalidades e conversas. Roubo entrelinhas da vida que só eu vi. Roubo espaços, roubo ausências, roubo impressões. Roubo o que vejo e os outros não vêem. Roubo tudo para alimentar o monstro da escrita, que é gordo e devorador.
Escrevo em português. Escrevo em inglês. Já escrevi em espanhol. Qualquer língua me serve, se a souber. Porque todas as palavras me fascinam. Gosto de experimentar. Gosto de misturar. Escrevo como quem experimenta ingredientes numa poção num laboratório. Escrevo como quem faz malabarismo. Às vezes aguento as bolas todas no ar, outras vezes espalho-me ao comprido. Escrevo como quem dança com as palavras e procuro o nosso ritmo, o meu com o delas.
Escrevo como quem sobe degraus. Às vezes sou preguiçosa e não os tento subir e rumino anos no mesmo degrau. Não escrevo para exorcizar fantasmas, mas às vezes ajuda. Não escrevo porque tenho jeitinho, escrevo porque quero saber construir catedrais. Não escrevo porque me quero expressar, escrevo porque quero edificar monumentos.
Escrevo porque quero chegar ao fundo da escrita e por lá deambular. Escrevo porque tenho de escrever. Escrevo porque não sou capaz de não escrever.

domingo, 25 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 35

CALOR
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sábado, 24 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 34

ORIENTAÇÃO
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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 33

PRETO NO BRANCO
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 32

EQUILÍBRIO
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 31

ARESTAS
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terça-feira, 20 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 30

OPINIÃO
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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 29

CARA METADE
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domingo, 18 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 28

CASINHAS
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sábado, 17 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 27

HICUP!
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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 26

APERTAR O CINTO
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quinta-feira, 15 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 25

PARABÉNS
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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 23

LOOK
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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 22

PERFEITINHA
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domingo, 11 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 21

ESTRELA
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sábado, 10 de outubro de 2009

GEOLÂNDIA 20

MACACOS
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sexta-feira, 9 de outubro de 2009

PALAVRAS ESTÚPIDAS 75

Sea, sun, sky, seagulls, sand and shells.
Só vou pensar nisto nas próximas duas semanas (e na coreografia do Thriller - já vou em metade).
Este ano senti-me literalmente como a Arwen aí em baixo. Tive de enfrentar o maior Nazgul que alguma vez se cruzou no meu caminho. But I will not go without a fucking fight. So, IF YOU WANT ME, COME AND CLAIM ME! I AM READY FOR YOU!
Enquanto este blog está oficialmente de férias, fiquem na companhia da Geolândia.
Boas férias para mim, que bem as mereço!
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Num tom mais leve e porque me apetece dançar:

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

City Skeletons 14


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I leave the city behind me.
Its voice still echoes in my mind.
Its shadows still cling to my body.
Its song will prevail in my ears for some time.
And then it will all fade away at last.
Until we meet again.
But its ghosts and its skeletons remain hidden in the depths of my soul, sleeping, but not gone.
Until we meet again.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

MURMÚRIOS DE AVALON XXX

O Escritor Flutuou
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O Escritor flutuou no seu limbo privado.
A palavra não surgiu como um relâmpago, nem como um Eureka, ou um súbito clarão de luz divina. Foi muito simples, muito natural, como respirar, como escrever, como flutuar.
Porque a palavra era precisamente essa.
Flutuar.
E o Escritor sorriu. E o Escritor respirou fundo, finalmente. Respirou como não respirava há muito.
Flutuar. Era a palavra que o definia. O que faria com ela, isso daria uma outra história, uma outra viagem, uma outra vida.
E ele não sabia se a desejava contar.
Sorriu e flutuou, em paz.
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to be continued ... or not ...
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Obrigada pela inspiração: Marlon Brando, Margot Fontayne, Charlie "Bird" Parker, Jackson Pollock e James Joyce

terça-feira, 6 de outubro de 2009

EM BUSCA DE PALAVRAS 86

Personagens
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"Os melhores livros são os que nunca foram escritos." - Gabriel García Márquez
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Há personagens que nos acompanham uma vida inteira. Personagens há que nunca nos abandonam e permanecem, sejam quais forem as circunstâncias.
Outros há fugazes, diáfanos, como espíritos da floresta. Que aparecem como um clarão, para logo desvanecerem como névoa matinal.
Há personagens aos quais nos afeiçoamos mais. Porque se os livros, as histórias, se diz serem como filhos que saem a muito custo do nosso ventre, sem que tenhamos reflectido a sua concepção como um todo, já os personagens são criações susceptíveis de balançar a nossa vaidade e orgulho. Por esse motivo, há "filhos" mais amados que outros.
Aileen e Jimmy nunca foram escritos. São irmãos, separados pela violência, para sempre unidos pelo amor.
Johann, o paraplégico filho da mãe, que me obrigou a um esforço acrescido para o tornar detestável, em vez da óbvia compaixão que podia suscitar. Mas que, no processo, se tornou digno e belo, inesquecível para a sua criadora e provavelmente o personagem que até hoje mais me marcou.
Ronaldo, o menino de rua do Rio, que tive de sacrificar para que a história fizesse sentido. Que me fez chorar como se de um verdadeiro menino se tratasse.
Tomás, Cassandra, Penélope e Gilberto, as quatro crianças estranhas, depois adultos famosos, que se perderam e mais tarde se reencontraram.
Outros houve. Andrea, o italiano pescador de almas. Vera, a sua presa. Heitor, o seu apaixonado. Baltasar, o filho de bruxas e anjos, que usava os próprios filhos como cobaias, mas que os amava ferozmente. Emily, a rapariga que conquistou o coração de Johann. David, que vagueava em busca da mulher morta e Sofia, que não sabia que era bonita. Michael, o publicitário romântico. Tripp, o banqueiro que se torna vagabundo em Manhattan. Rafael, a máscara de Veneza ingénua e sonhadora. Petra, Sine e Afonso, que procuravam o amor. Alexander, o hacker grego e nobre. Francis, o espírito atormentado de Jack, o Estripador. Apsara, a bailarina perdida na selva de Banguecoque.
E agora Anna, Galato, Vincent e Vladimir. A suicida, o polícia, o atirador e o assassino.
Conseguirão tornar-se personagens dignos desse estatuto? Conseguirão vencer os obstáculos da folha em branco?
Não sei.
Vezes há em que os melhores personagens são os que não vêem a luz do dia sequer.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

PALAVRAS ESTÚPIDAS 74


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"Ele disse que gostava de mim tal e qual como eu sou."
"E essa pessoa é alguém que tu odeias?"
"Sim."
O Diário Bridget Jones
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Gosto quando começo por odiar as coisas e depois acabo por as amar. Tal e qual as coisas que adoro de imediato, as que começo por odiar tornam-se amores eternos, se sofrerem essa transformação do ódio para o amor.
Assim de repente lembro-me de três ódios de estimação que se transformaram em paixões ou motivos de respeito e admiração: James Joyce, Jackson Pollock, Nicole Kidman.
Quando li Joyce pela primeira vez, fechei o livro e só o abri de novo passados 15 anos, para descobrir um diamante. Pollock venceu-me depois de me ter feito viajar por toda a história da pintura de propósito apenas para o poder compreender - no fim ofereceu-me uma das maiores epifanias que já experimentei na vida. Kidman foi-me conquistando ao longo dos anos, devagarinho, com o seu incrível e persistente talento.
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Porque será que o ódio e o amor estão tão próximos? Talvez porque ambos arranquem de nós paixão, necessária para os atear. Talvez porque ambos comecem por um sentimento de incompreensão, surpresa, negação - como pode aquilo afectar-me deste modo? que mecanismos, que propriedades, que mistérios possui aquilo para nos transtornar desta forma?
Quando nos sentimos maravilhados, o amor tem a primeira e única palavra.
Talvez eu tenha começado por odiar Joyce porque quando o li aos 16 anos queria muito escrever bem e este tipo era tão bom, mas tão bom que me irritou profundamente.
Talvez eu tenha começado por não gostar de Pollock porque achei que aqueles riscos podia eu fazer quando tinha 5 anos e ali estava este tipo com aquilo que eu pensava serem apenas uns riscos a expôr no MOMA!
Talvez eu tenha começado por detestar Kidman porque ela era tão bonita e ao mesmo tempo tão competente que isso me despertou uma inveja irracional inconsciente.
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E talvez haja coisas que começam pelo ódio porque são o nosso exacto oposto e nos parecem desafiar e talvez haja coisas que comecem pelo amor porque nos estão mais próximas da nossa essência, pertencem ao mesmo tom do espectro de luz em que nos movemos.
Quando vi Brando pela primeira vez, amei-o, estupefacta mas maravilhada. Quando ouvi Bird. Quando li Gabriel Garcia Marquez.
E talvez as coisas que odiamos primeiro venhamos a amar com mais força do que as que amamos primeiro, porque nos obrigam a descobrir-lhes virtudes onde só viamos defeitos.
Não sei. Sei que estas coisas são assim e sempre foram.
Sei que devagar ou num repente, gosto de ser assim conquistada.

domingo, 4 de outubro de 2009

City Skeletons 13


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The city whispers to me.
It whispers in glass and steel and stone.
Its voice is raw and rusty and old and tired.
It tells me stories of ages past.
And stories of things to come.
It says: Listen. Do you hear? The beating of my heart. The beating of all these hearts.
It clings to my mind with rough claws.
It says: Tell the stories. Tell them well. Do not forget my soul.
I answer: How could I? You are in me. And I am in you. My shadow is sculpted on the pavement. And even when the sun is no more, it remains.
When all is gone, when the future is past and forgotten, when I am no longer and all is abandoned, I will keep you safe in me, the city whispers. For without you, without any of you, I would not have been exactly the same.

sábado, 3 de outubro de 2009

MURMÚRIOS DE AVALON XXIX

O Escritor Parou
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O Escritor parou de pensar. Parou de sentir. Parou de escrever. Deixou-se simplesmente flutuar num limbo criado por si próprio, com as palavras que lhe restavam e que ele combinou da melhor forma possível para conseguir um espaço de reflexão instintiva.
"Não faço a mínima ideia do que ando aqui a fazer. Nunca soube."
Eu tinha-te dito isso mesmo há umas páginas atrás.
Pois tinhas. Tens razão.
Mas agora vai-te embora. Não te quero aqui.
E o Escritor deitou fora a palavra "inconsciente" e puxou a palavra "leitora".
E eu? O que vai fazer comigo?
Você é o meu espelho e por isso vai ficar aí a ler-me, ou nada disto teria feito sentido.
Sou apenas uma razão para validar o seu trabalho?
Menina, não me provoque. É muito mais que isso, mas por agora terá de se contentar com isso.
Muito bem. Seja feita a sua vontade.
E o Escritor arrumou a palavra "leitora" a um canto do seu limbo e puxou a palavra "personagem", um pouco a medo.
Ah bom. Estava a ver que te esquecias de mim.
Não. Agora é a tua vez. Faz o que quiseres.
A sério?
Sim, podes sair.
Ainda não estou preparado.
Eu já calculava.
Põe-me ali num cantinho por enquanto.
Muito bem. Seja feita a tua vontade.
E o Escritor arrumou a palavra "personagem" no canto oposto ao da leitora, suspirando. Só faziam mesmo o que queriam ...
Deixou-se ficar assim a flutuar um tempo indefinido. Abandonou-se a tudo, até a si próprio. Deixou que o presente, o passado e o futuro o enlaçassem nos seus tentáculos. Embrenhou-se na floresta densa de todas as palavras que tinha alguma vez escrito ou que tencionava escrever. Deixou que a sua mente vagueasse, liberta, por todos os recantos desse insondável lugar que era ele próprio. Sem medo. Sem censura.
E então, finalmente, libertou-se e percebeu qual era a palavra que procurava.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SUGESTÃO DA SEMANA


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São pequenas, esquivas, simples e deliciosas.
Um Verão não é Verão sem uma boa pratalhada delas, cozinhadas em azeite e alho, salpicadas com limão e com um bom naco de pão para lamber a molhama.
Ficar com o cheiro de conquilhas no dedão à beira-mar é um dos meu prazeres da vida.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Macro Secrets 15


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May the leaves of Autumn be gracious to you